domingo, outubro 24, 2010

nada a declarar.

Caminho calmamente com os pés se arrastando na areia, na água. é que esse ritmo do mar me contagia, essa calmaria que se move com preguiça, vai... e volta. vai. e volta. molharam meus dedos e os encharcaram com grãos de areia. continuei andando. parei. parei de andar porque comecei a sentir uma leve brisa sobre minha face, e senti como se todo meu interior estivesse vazio. naquela hora, eu não era ninguém. eu era um corpo que estava ali, 'com o vento beijando meus cabelos, as ondas lambendo minhas pernas e o sol abraçando o meu corpo. meu coração canta feliz'. e no canto de minha boca, notava-se um sorriso.

sábado, outubro 23, 2010

primaveraverão.

o dia hoje passou assim. cheguei e senti aquele cheiro de grama levemente úmida se camuflando com o perfume das flores recentemente colhidas para um propósito final. reparei na brisa, no sol, no andar encolhido de cada um que preenchia aquele pequeno espaço. respeito. todos permaneciam em silêncio.
no olhar de cada um eu pude ver uma história diferente nesse dia acinzentado, o sol bem que queria aparecer um pouquinho, mas no fim todos sabiam que ia chover. e assim o dia terminou, mais uma fase se encerra, mais uma flor que cai ao chão.
pois é. acabou a primavera.

segunda-feira, outubro 18, 2010

toc toc toc.

- quem é?
- é a morte.
- ah... pode me levar. morri faz tempo mesmo. só meu corpo que anda apodrecendo por aí. divagando no nada.

domingo, outubro 17, 2010

preguiça do mudo e surdo do mundo

porque hoje eu acordei assim sem saber o que fazer. fui tomar o café e havia duas opções. por preguiça, não comi nem o pão francês e nem os biscoitos de doce de leite. e então eis que liguei a televisão. tantos canais, tantas escolhas. resolvi desligar.
na hora do almoço, pra disfarçar essa infinita preguiça, eu comi o pão francês. e mais tarde, comi os biscoitos. pois é. fui dormir, porque o tempo não passa, e a gravidade parece que pesa sobre meu corpo. nessas horas mal me movia e quando me percebi ali, no sofá, cortinas levemente acetinadas e parcialmente transparentes mostraram que o sol está indo embora. e se despede com alegria. observei o céu todo colorido, lá de longe. e ali nos arredores dessa magia toda, enxerguei um avião decolando. dormi... pra poder sonhar.

terça-feira, outubro 05, 2010

medo do medo de medo do quê?

sentiu as mãos, não digo mais do que nunca, mas estavam bem geladas. tremia. chorava. corria. fugia. do quê? se não havia ninguém perseguindo. nem ela sabia dizer. apenas corria em uma direção qualquer. porque ela sabia que no fundo tinha alguém naquela imensidão escura. ou algo. não sei, eu não estava lá, apenas ouvi.
ouvi ela morrer no silêncio.