quinta-feira, dezembro 30, 2010

em tempo de mudanças.

ah como é bom acordar e ver o dia amanhecendo, é como se ainda não tivesse apreciado uma manhã tão radiante. e ao abrir o vidro para que o vento pudesse entrar e carregar as memórias do meu quarto, senti uma fresca brisa aconchegante. como se a vida fosse leve, senti o gostoso aroma cafeinado em frente a um programa nostálgico de minha infância, com direito à biscoito, naquele momento eu senti o quanto era bom sentir uma simples felicidade.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

just sometimes.

just sometimes I wish I could lay down my own head and not think about the world outside my door. as if I could do it succesfully, I know I can't, and even so I keep pretending that it's true that someone out there knows the situation I've been going through. In the end we all know it doesn't really matter where we're all going to, like we knew since the beginning that we were all about to have the same grand finalle.

domingo, dezembro 05, 2010

zero a zero mais um.

percebi ali uma curiosidade. um olhando para o outro, ambos tão curiosos e ao mesmo tempo um olhar de pena. ele que observava que o outro não sentia os pés no chão e nunca virá a tocar a ponta dos dedos na grama, imaginava como era estar ali enquanto o outro se perguntava como era não ter a oportunidade de ouvir uma melodia como o riso dos que sorriam ao seu redor. nenhuma conclusão. no caos em que se encontravam, no aperto de um ônibus em horário de pico paulista, até mesmo para o outro, naquele momento ele sentiu o silêncio.

domingo, novembro 21, 2010

she don't care.

Naquele dia nada mais importava, e justamente naquele ambiente repleto de palavras ao vento, havia o cheiro da cevada, de gordura, de emoção se completando com o bater dos talheres sobre os pratos e diversos sorrisos ao fundo. Apesar do caos aparente, um silêncio surgiu e eu pude ouvir o que tanto me contemplava. Era Beatles.. And they were singing that I had a ticket to ride. E era só isso o que eu precisava ouvir.

quarta-feira, novembro 03, 2010

here I go again.

Lispector concordaria que a minha pessoa é entediante. mas eu a complementaria dizendo que eu apenas gosto de nadar contra a corrente e ser o que os outros não são. me enjoei das mesmices alheias. as pessoas andam tão iguais que me cansam.

domingo, outubro 24, 2010

nada a declarar.

Caminho calmamente com os pés se arrastando na areia, na água. é que esse ritmo do mar me contagia, essa calmaria que se move com preguiça, vai... e volta. vai. e volta. molharam meus dedos e os encharcaram com grãos de areia. continuei andando. parei. parei de andar porque comecei a sentir uma leve brisa sobre minha face, e senti como se todo meu interior estivesse vazio. naquela hora, eu não era ninguém. eu era um corpo que estava ali, 'com o vento beijando meus cabelos, as ondas lambendo minhas pernas e o sol abraçando o meu corpo. meu coração canta feliz'. e no canto de minha boca, notava-se um sorriso.

sábado, outubro 23, 2010

primaveraverão.

o dia hoje passou assim. cheguei e senti aquele cheiro de grama levemente úmida se camuflando com o perfume das flores recentemente colhidas para um propósito final. reparei na brisa, no sol, no andar encolhido de cada um que preenchia aquele pequeno espaço. respeito. todos permaneciam em silêncio.
no olhar de cada um eu pude ver uma história diferente nesse dia acinzentado, o sol bem que queria aparecer um pouquinho, mas no fim todos sabiam que ia chover. e assim o dia terminou, mais uma fase se encerra, mais uma flor que cai ao chão.
pois é. acabou a primavera.

segunda-feira, outubro 18, 2010

toc toc toc.

- quem é?
- é a morte.
- ah... pode me levar. morri faz tempo mesmo. só meu corpo que anda apodrecendo por aí. divagando no nada.

domingo, outubro 17, 2010

preguiça do mudo e surdo do mundo

porque hoje eu acordei assim sem saber o que fazer. fui tomar o café e havia duas opções. por preguiça, não comi nem o pão francês e nem os biscoitos de doce de leite. e então eis que liguei a televisão. tantos canais, tantas escolhas. resolvi desligar.
na hora do almoço, pra disfarçar essa infinita preguiça, eu comi o pão francês. e mais tarde, comi os biscoitos. pois é. fui dormir, porque o tempo não passa, e a gravidade parece que pesa sobre meu corpo. nessas horas mal me movia e quando me percebi ali, no sofá, cortinas levemente acetinadas e parcialmente transparentes mostraram que o sol está indo embora. e se despede com alegria. observei o céu todo colorido, lá de longe. e ali nos arredores dessa magia toda, enxerguei um avião decolando. dormi... pra poder sonhar.

terça-feira, outubro 05, 2010

medo do medo de medo do quê?

sentiu as mãos, não digo mais do que nunca, mas estavam bem geladas. tremia. chorava. corria. fugia. do quê? se não havia ninguém perseguindo. nem ela sabia dizer. apenas corria em uma direção qualquer. porque ela sabia que no fundo tinha alguém naquela imensidão escura. ou algo. não sei, eu não estava lá, apenas ouvi.
ouvi ela morrer no silêncio.

quarta-feira, junho 02, 2010

imagine.

acorda. respira. acorda. lava o rosto. respira. acorda. toma o café, troca de roupa, pega ônibus. acorda. trabalha. trabalha. almoça. trabalha. acorda. pega ônibus. acorda. pega metrô. acorda. come, toma banho, troca de roupa. acorda. pega metrô. anda, volta, come, troca de roupa. dorme.

terça-feira, maio 25, 2010

fim de outono.

ah mas quem me dera que se desse eu estaria aí e não aqui. e tão só que me sinto nesse dia tão distante, tão so far away, estaríamos juntos, seríamos nós, e não eu e você, como agora. queria que eu pudesse voar. fechar os olhos e logo acordar ao teu lado. mas não dá. não dá mesmo. agora.
mas amanhã, quem sabe. logo logo já seremos nós dois novamente. é só esperar o outono acabar. saudades.

segunda-feira, abril 19, 2010

e se...

eu pudesse você sabe que eu o faria. ah se faria. faria mesmo.

quarta-feira, março 31, 2010

preguiçosamente leve.

me leva desse jeito leve como a brisa que carrega as folhas secas. é que hoje eu acordei assim, com essa sensação de paz, de silêncio e um sorriso no canto da boca. é como se em meu interior fosse um lugar vasto, limpo, vazio. só com o vento e a música que ele toca ao roçar cada folha e cada galho das árvores. sentir no rosto aquele calor que pouco resta do sol se pondo, uma sensação de liberdade e, ao mesmo tempo, de se sentir feliz por pertencer à um pedacinho do mundo, da vida. deitar na grama e olhar o céu. ali, limpo, poucas nuvens navegando preguiçosamente, todas sendo coloridas com aqueles poucos raios solares, mesclando o azul com um amarelo bem vivo. algumas aves anunciando a vinda da noite, outras cantando o dia. é lindo.

terça-feira, março 30, 2010

diálogo macabéico.

se eu pudesse me jogar, eu me jogava. ah se me jogava. e ia com tudo! com todas as minhas forças e memórias sem importância que sempre carreguei. eu sei que ninguém me entende. e é por isso que sempre volto a escrever.
de repente eu me senti assim. como um copo d'água, nem meio cheio e nem meio vazio. neutro. ali. transparente, incolor, inodoro: não fede e nem cheira. como um quadro que eu pintei um dia. era todo azul. assim sabe, sem importância mesmo. não pendurei na parede e nem em qualquer outro lugar. deixei ali no canto. porque sim. porque eu não sabia o que fazer.
pois é. me sinto como a Macabéa nos momentos em que ela não sabia o que dizer.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

eu acho que me fui.

estou loucamente insana neste verão. neste verão eu estou loucamente insana.
queria não estar neste grau em que me encontro, porque neste ponto eu já acho que me perdi. são tantos olhos, são tantos ventos, tantos tropeços que me fazem cair e o outro rir do que eu nem fiz por querer.
queria me perder, me jogar de uma ponte, loucamente como quando uma pedra cai com tudo num lago. sinto agora meus olhos, meu corpo pesando como jamais imaginei. me sinto cair num mar, pra tentar me afogar, sem sucesso, óbvio.
não consigo respirar, mas ainda não morri. estou aqui. vendo o tempo passar.